Experimento Noir é um espaço de troca de experiências e experimentos que bebam da fonte do gênero noir.
Participe para saber mais e envie a sua colaboração. Após análise, publico com crédito do experimentador.


Mostrando postagens com marcador quadrinhos. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador quadrinhos. Mostrar todas as postagens

sábado, 16 de fevereiro de 2013

Super Hero Noir Posters

Marko Manev é uma espécie de multimídia no ramo do design e tem uma série de belos trabalhos publicados no site Behance.

Desta vez ele nos presenteia com uma série de cartazes inspirados nos quadrinhos de super-heróis mais famosos ao estilo noir, destacando os cenários bem trabalhados em luz e sombra e em maior proporção para ambientar heróis como Batman, Hulk e Homem Aranha, os pôsteres da série que em minha opinião ficaram mais interessantes.

Taí algo que eu queria decorando minhas paredes. :D

Acessem: 

Página de Marko Manev: http://www.behance.net/markomanev

Posters: http://www.behance.net/gallery/Superhero-Noir-Posters/6837553#







domingo, 12 de fevereiro de 2012

Detective Tales - Pulp Magazine de 1922


Detective Tales
é uma pulp magazine publicada inicialmente no final de 1922 como uma polpa - aquele quadrinho barato, feito de papel de baixíssima qualidade e impressão duvidosa mas que agradava e muito a sociedade da época - de tamanho padrão e publicação relacionada a mistério e histórias de detetive. Em 1923 juntou-se a uma revista concentrando-se no fantástico - as famosas Weird Tales - e ambas seguiram juntas com suas publicações até meados de 1924, quando uma das editora entrou em dificuldades separando seus caminhos.

A partir daí Detective Tales foi vendida para o Real Detective Tales, Inc. e mudou seu nome, primeiro para para Real Detective Tales & Mysteriy Stories. Seu formato também mudou para uma edição maior e tinha adquirido uma gama estável de interessantes autores como Seabury Quinn, George Allan England e Allen Miriam de Ford. Por seis anos e em edições mensais, permaneceu sob este último título, mas durante 1931 foi transformado em uma revista de não-ficção chamada Real Detective, permanecendo assim até 1934. Atualmente, não se sabe exatamente quando foi a última edição de ficção com este título.



Detective Tales é considerada a segunda mais bem sucedida em revistas populares sobre detetives, seguindo com suas publicações por 18 anos e mensalmente, produzindo um total de 202 publicações. A maioria delas eram vendidas com doze histórias a dez centavos de dólar, sendo conhecida também como os Twelve Stories Detective Tales.



Em 1953, fundiu-se com a New Detective formando edições com 15 estórias, as chamadas Fifteen Detective Stories.




Houve ainda três diferentes reedições britânicas e uma reedição canadense.


Abaixo, algumas capas da diversas edições de Detective Tales.

Fontes: http://www.philsp.com/mags/detective_tales.html

http://www.magazineart.org/main.php/v/pulpcrime/variety/DetectiveTales1944-10.jpg.html

http://pulpfictionmyst.com/detective-tales

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Dick Tracy - Dos quadrinhos para as telas

Em 1931, nascia pelas mãos do cartunista Chester Gould a história de um detetive ágil, inteligente e difícil de ser baleado por grotescos vilões. Com tiras distribuídas pelo Chicago Tribune Syndicate, Gould permaneceu esccrevendo e desenhando o personagem até 1977.

O ambiente escolhido pelo desenhista é a Chicago dos anos 30, refletindo a violência urbana da época. Segundo a Wikipedia: " Gould procurava se manter atualizado, mostrando as mais recentes técnicas de combate ao crime, usava a ciência forense e uma aparelhagem eletrônica mesmo com os casos do detetive geralmente acabando em tiroteio. Nos anos 50 ele abordou temas como a corrupção, delinquência juvenil e a televisão."


Dick Tracy passou por adaptações ao longo de sua carreira. Na  década de 60 houve adaptações com aventuras na Lua, usando naves espaciais com propulsão magnética. Já em 70, volta a temas terrestres com Dick portando um bigode e cabelos mais longos, ainda que logo deixam de existir, mantendo as características anteriores.


Com um toque de temas de filme noir, "Gould reflete sobre como pequenos delitos levam a outros maiores. Os eventos se desenrolam sem controle e mostram como a vida pode ser imprevisível e cruel. As traições se sucedem nas histórias: capangas são mortos pelos empregadores, estes são traídos pelas namoradas e pessoas boas são mortas por estarem no lugar e hora errados."





Cada episódio era considerado um "Caso" para Tracy, e os vilões sempre foram os maiores apelos das tiras, como Big Boy, chefe de quadrilha e o primeiro vilão das tiras, responsável por matar os pais de Tess, a namorada de Dick Tracy; o deformado Selbert Depool; Shoulders, o espião nazista Pruneface e ainda, o vilão que se apresenta apenas uma voz sem corpo, conhecido por Mr. Intro.

Após 1977, Max Allan Collins e Rick Fletcher assumem a produção das tiras. A partir de 2006, Dick Locher  passa a assinar as tiras.

Tracy tornou-se menos cínico em relação ao sistema policial americano. Os equipamentos espaciais foram suprimidos, mantendo-se o rádio de pulso, transformado em computador em 1987.

Em 2006, segundo o blog HQ Maniacs.com, a IDW de San Diego preparou uma edição encadernada, sendo o primeiro volume com quase 500 tiras publicadas de 1931 a 1933, escritas e desenhadas por Chester Gould. (http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=noticias&cod_noticia=8569)

No blog Quadrinho.com (http://quadrinho.com/index.php?option=com_content&view=article&id=182:processo-de-criacao-de-uma-tira-de-dick-tracy&catid=14:multimidia) há uma matéria do processo de criação dos quadrinhos de Dick Tracy, com direito a vídeo do YoutTube e ainda um link para acompanhar as tiras via internet no GoComics:

http://www.gocomics.com/dicktracy


A produção para o cinema chega em 1990, com direção e atuação como protagonista de Warren Beatty, acompanhado por nada menos que Madonna e al Pacino.




Dick Tracy - 1990
101 min - EUA
Diretor: Warren Beatty
Atores: Warren Beatty, Madonna e Al Pacino

Sinopse: O detective Dick Tracy, famoso no combate ao crime pela rapidez com foge às balas e a precisão com atira sobre os bandidos, é agora alvo de um plano que visa a sua eliminação. Em 1938, Big Boy Caprice, o rei do crime, arma uma cilada para incriminar o detetive Dick Tracy por assassinato. Kid, um garoto de rua que ele praticamente adotou, ajuda Tracy a tentar se livrar da acusação e ao mesmo tempo enfrentar os gangsters, que passam por uma luta interna pelo poder. Para atrapalhar a vida do herói e desviá-lo do cumprimento do dever, a sensual Breathless, cantora da boate Ritz e ligada aos criminosos, tenta seduzir Tracy, para desespero da namorada deste.

Fontes: http://pt.wikipedia.org/wiki/Dick_Tracy

http://www.imdb.com/title/tt0099422/

http://www.adorocinema.com/filmes/dick-tracy/

http://www.gocomics.com/dicktracy

http://quadrinho.com/index.php?option=com_content&view=article&id=182:processo-de-criacao-de-uma-tira-de-dick-tracy&catid=14:multimidia

http://hqmaniacs.uol.com.br/principal.asp?acao=noticias&cod_noticia=8569

quarta-feira, 29 de junho de 2011

Sam Noir - Detetive Samurai


Creio que em outros posts já demonstrei minha paixão, além do cinema, pelos quadrinhos. Para mim são os quadros das películas, contando uma história de acordo com o ritmo que o leitor deseja percorrer.

Pesquisando o Noir para saber mais e publicar aqui no blog, acabo de encontrar algo que desconhecia, e que reuni informações pois parece-me que tem algo de Noir e muito da deliciosa arte popular dos desenhos, ainda mais em se tratando de um Samurai, que jamais me atreveria a comparar com Lobo Solitário, um clássico dos quadrinhos em minha opinião, mas por tratar-se do tema e relacionar-se de alguma forma com o clima do gênero cinematográfico, creio que vale a pesquisa e menção a respeito.

Segunda a Wikipedia:

"Sam Noir é uma mini-série em quadrinhos escrita por Eric A. Anderson / Trembley Manny e ilustrado por Manny Trembley, publicado pela primeira vez em setembro de 2006. (onde eu estava que não soube disso desde então??).

Desenhado em tons de cinza , o comic é uma fusão da ficção noir hardboiled e um conto de aventura samurai. Embora originalmente trata-se de uma mini-série com três episódios, a popularidade e aclamação da crítica fez com que ela continuasse, com uma nova mini-série intitulada "Ronin férias", publicada pela marca Imagem's Shadowline em 2007."

Ao que parece, Sam Noir, um ronin detetive, é pago para acompanhar uma jovem mulher chamada Jasmine, e depois de observá-la por um tempo começa a se apaixonar por ela. Depois do assassinato de Jasmine por ninjas, Sam começa a procurar por "Master Fuyu", o homem que ordenou o assassinato.





"No terceiro andar de um prédio de escritórios decadente, Sam Noir se afoga no mar de sua própria auto-piedade. Até que a mulher de sua vida surge no meio da noite... apenas para ser assassinada momentos depois. Furioso, mas sempre trazendo um comentário irônico nos lábios, o Detetive Samurai vaga pela cidade numa missão suicida para vingar a morte de uma inocente, lutando contra um exército de ninjas e os poderes do crime organizado para trazer um pouco de justiça a um mundo que não a merece.

Passado num época indefinida e fascinante, onde a estética e o cinismo das histórias de detetives dos anos 40 se une ao lirismo violento do Japão feudal, Sam Noir: Detetive Samurai é uma das séries mais intrigantes dos quadrinhos atuais. O roteirista Eric. A. Anderson e o desenhista Manny Trembley misturam as técnicas do mangá e o mundo escuro de quadrinhos americanos como Sin City para criar uma obra inovadora e repleta do mais cínico humor, que recebeu muitos elogios da crítica especializada. Publicada pelo selo Shadowline da Image Comics, Sam Noir tornou-se um sucesso instantâneo, gerando várias continuações."

(fonte:http://www.americanas.com.br/produto/6774695/livros/historiaemquadrinhos/historiaemquadrinhos/livro-sam-noir-detetive-samurai)




A arte parece interessante e a tentativa de reunir o tema hard boiled e a história do Samurai recebe menções positivas e negativas. Veja a seguir:

Wikipedia: http://en.wikipedia.org/wiki/Sam_Noir

"Boletim Comics chama a arte de Sam Noir "fantástica", mas a história cativa pouco. Frontier afirmou que "Anderson conhece seu estilo hard-boiled ... [faz] a leitura em si convincente às vezes ", enquanto a arte de" efeitos de enquadramento lírico, construções de painel evocativo, luz e sombra [são] tão bem executados que eles são como personagens da história". Por outro lado, The X-Axis vê a série "frustrante", afirmando que "parece que há duas histórias em quadrinhos completamente diferentes, e melhor, lutando para sair - um que é muito mais engraçado, e uma que leva [o próprio] inteiramente a sério"."

No blog Review Quadrinhos (http://www.universohq.com/quadrinhos/2008/review_SamNoir1.cfm), a descrição também não parece tão animadora:

"Sam Noir: Detetive Samurai, uma das edições de estréia (a outra é Fell) da Landscape nos quadrinhos, é uma HQ com poucos atrativos.

A idéia original de seus criadores de juntar num mesmo universo histórias de detetives durões, evocando Sam Spade e Philip Marlow, personagens dos emblemáticos autores de pulps Dashiell Hammett e Raymond Chandler, respectivamente, com samurais não foi muito feliz.

Com um roteiro repleto de clichês advindos dos dois gêneros de histórias, por muitos momentos a HQ se perde. A motivação do protagonista é difícil de engolir e ele cai muito fácil no papo de qualquer transeunte, diferentemente do que um detetive faria.

Em nenhum momento o roteirista Eric A. Anderson acertou a mão. Mesmo quando faz referência ao filme de Quentin Tarantino Kill Bill ou à HQ Sin City, de Frank Miller, consegue empolgar o leitor.

Miller e seu Sin City, inclusive, estão entre as principais influências dos autores. Mas nem de longe os dois acompanhar a qualidade de quem os inspirou.

A arte de luz e sombras de Manny Trembley, contudo, é um destaque positivo - talvez seu único alento. A narrativa visual é bem desenvolvida e o acabamento gráfico das páginas em preto-e-branco ficou ótimo.

Editorialmente, o álbum é bom, sem grandes excessos ou ausências. Não há uma introdução ou um posfácio contextualizando a obra, mas há uma biografia dos autores. O seu formato é o que vem se tornando mais comum no mercado de quadrinhos brasileiros, o 16 x 24 cm, que melhor aproveita a calibragem do parque gráfico do País.

Por tudo isso, o álbum vale mais para quem for fã desse tipo de arte e para quem estiver curioso para ler um título novo."

Comentários nem tão animadores, confesso que fiquei curiosa em conhecer. Encontrei uma bela imagem de uma edição especial nº 1, e como dizem os comentários, ao menos a arte parece valer a pena uma olhadela.


Encontrei ainda um "trailer" do filme (será?), ainda que me pareceu mais uma brincadeira.



Caso algum leitor tiver mais alguma informação, favor fazer seus comentários.

terça-feira, 26 de abril de 2011

EUA: E assim surgiu a História em Quadrinhos... - Parte II

Continuando nosso comentário sobre a história dos quadrinhos, seguiremos pela década de 50, período que marca a chamada Caça aos HQs, onde o psiquiatra Frederic Wertham escreve A Sedução do Inocente, responsabilizando os quadrinhos de corrupção e delinquência juvenis, citando a Mulher Maravilha com ideias sadomasoquistas e a homossexualidade entre Batman & Robin.




Criou-se o Código de Ética para controlar as publicações dos HQs, fato que levou ao encerramento dos títulos de terror da EC Comics, restando apenas a revista Mad (por sinal, bem diferente da MAD que conhecemos nos dias de hoje).





Surgem os chamados quadrinhos filosóficos com Charlie Brown e Snoopy, de Charles Ml Schulz. Trata-se da era intelectual dos quadrinhos, onde houve maior valorização do texto sobre as imagens.



A década de 60 é conhecida como a Era de Prata das HQs, e houve uma renovação do mundo dos heróis, surgindo o novo Flash da DC Comics, Superman, Wonder Woman (Mulher Maravilha), Batman, entre outros.




Em 1961, a Marvel Comics lança novos heróis à altura da Liga da Justiça da América, surgindo o Fantastic Four (Quarteto Fantástico), por Jack Kirby e Stan Lee, um grupo mais familiar que adquire super-poderes após um acidente cósmico. Representam ainda os 4 elementos da natureza e referen-se ao momento histórico da Guerra Fria e a paranóia anticomunista.


1961 marca ainda o Auge da Guerra Fria com a chegada do soviético Yuri Gagarin ao espaço, gerando a corrida espacial.

O Quarteto Fantástico passa a representar a nova era espacial em que estão dispostos a arriscar tudo para estar adiante da ameaça vermelha.

A década de 70 marca a chegada dos Quadrinhos underground tendo como principais desenhistas Robert Crumb, Gilbert Shelton (Freak Brothers), entre outros.



Em 74, os franceses Moebius, Philipe Druillet, Jean Pierre Dionnet e Bernard Farkas, criam a Métal Hurlant, que em 77 chega aos EUA como Heavy Metal, com temas relacionados a ficção ciêntífica, psicodelismo, rock’n’roll, sexo e corpos nus.


Na década de 80 surgem as HQs adultas chamadas de Graphic novels, e o Cavaleiro das Trevas Batman, sombrio, amargurado e violento é o grande protagonista criado por Frank Miller.


É um tempo marcado pela violência, insanidade e dúvidas existenciais presente nos quadrinhos, trazendo os personagens Elektra Assassina (Frank Miller), o denso e pessimista Watchmen (David Gibbons e Alan Moore), e o senhos dos sonhos Sandman (Neil Gaiman), entre outros.



Mas porque nos anos 80 os quadrinhos, comunicação de massa que parece refletir a situação social em todo os períodos, ganhou essa imagem sombria e pessimista, com questionamentos existenciais a respeito da vida?

Dentre outras pesquisas feitas sobre o período, creio que o resumo encontrado no blog de Mabu Mabe nos mostre uma visão bem clara a respeito:

O acirramento entre capitalismo e comunismo recrudesce, a queda do muro de Berlim reforça este significado. Porém, não se trata de um entendimento, mas da derrocada do comunismo que não conseguiu construir a utopia de uma sociedade igualitária, sem castas privilegiadas nem indivíduos excluídos. O culto ao corpo alcança proporções desconhecidas até então, as academias de ginástica lotam e a Síndrome da Imunodeficiência Adquirida aterroriza homens, mulheres e homossexuais de todas as idades no mundo inteiro. Os homens exibem altos topetes à custa de muito gel, e as mulheres carregam no blush para dar às bochechas o visual de vivacidade requerido pela geração saúde...O fim da idade industrial é também o início da idade da informação que populariza os computadores pessoais, walkmans e videocassetes.” (http://www.mabe.com.br/cronologia/decada-de-80).

Há que mencionar ainda, sobre os EUA, que houve um período de instabilidade econômica, devido a ineficácia em responder a novos concorrentes que surgiam no mercado internacional, fator econômico que parece contribuir para o retorno das incertezas e inseguranças, tal como nos anos do Crash da Bolsa.

A década de 90 chega com as tecnologias que permitem a colorização dos HQs por computador e surge ainda uma grande influência dos Mangás sobre os traços nas produções dos quadrinhos.


Após o ataque terrorista do 11 de setembro de 2011, ocorre um resgate dos quadrinhos da década de 80, ou ainda, em um curto período e com os novos acontecimentos que trazem à tona mais um período de terror e insegurança, os quadrinhos retomam o clima sombrio e violento.

Muitos desses personagens, tanto nos EUA como em outros países receberam adaptações no cinema, como Spider Man, Superman, Batman, Daredevil, Fantastic Four, entre outros. Muitas adaptações e porque não, apropriações das histórias em quadrinhos para o cinema demonstra as inlfluências que as artes tem entre si, transitando entre os gêneros e estilos, além de retratar a cada momento as vivências e ansiedades do ser humano, propagando cada vez mais esse tão apreciado meio de comunicação de massa que não só entretém mas nos levam ainda a refletir sobre o mundo em que vivemos.



As adaptações dos quadrinhos para o cinema - Batman (The Dark Night) e Spider Man.

Referências:
MCCLOUD, Scott - Desvendando os quadrinhos - 1995;
SALEM, Rodrigo, Resgate - A evolução dos quadrinhos sob a análise do historiador - 1995.
ADORNO, Theodor W. - Comunicação e Indústria Cultural - 1978

segunda-feira, 25 de abril de 2011

EUA: E assim surgiu a História em Quadrinhos... - Parte I

Venho escrevendo sobre cinema Noir, com foco especial para as produções do EUA - salvo alguns deslizes, percorrendo produções de alguns poucos países - mencionando em dado momento sobre a apropriação do gênero nos belos e interessantes quadrinhos Marvel Noir.

Provavelmente devido a tal menção é que a coordenadora do curso da pós - lembrando que este blog surgiu do tema da pós que, em breve, finalmente irei defender na banca dos réus que intencionam formar-se como pós-graduados e levar consigo o tão sonhado papel que atesta sua conclusão - questionou sobre as datas de origem dos filmes e se eram compatíveis com a época dos quadrinhos. Foi aí que não resisti e fui pesquisar a respeito, o que transcrevo bem resunidamente neste blog para informar ao leitor e satisfazer ao prazer de falar sobre outro tema que me apaixona e que mostra que caminhou em paralelo com os acontecimentos do cinema, sempre relacionados ao contexto histórico e social. Para reforçar tal afirmação, iniciaremos com o texto de Joatan Preis Dutra:

“As Histórias em Quadrinhos, como todas as formas de arte, fazem parte do contexto histórico e social que as cercam. Elas não surgem isoladas e isentas de influências. Na verdade, as ideologias e o momento político moldam, de maneira decisiva, até mesmo o mais descompromissado dos gibis.” Joatan Preis Dutra (quadrinista brasileiro).

Veremos a partir do comentário acima como as artes realmente caminham e influenciam-se pelos acontecimentos da sociedade, sendo uma comunicação de massa que inevitavelmente acaba por externalizar o momento vivido.

As Histórias em Quadrinhos ou Comics, surgiram nos Estados Unidos no início do século XX, sendo as primeiras com temáticas humorísticas, o que deu origem ao nome que perdura até hoje.

A primeira história de que se tem registros é The Yellow Kid (1896) de Richard F Outcalt, que foi ainda o criador do balão dos diálogos, utilizados até os dias de hoje.



Durante o Crash da Bolsa (1929), os Comics passam do humor para a aventura (Notem tratar-se do mesmo período onde o cinema circula entre os musicais positivistas em contraste com a sociedade em crise, surgindo a seguir o Filme B com temas policiais que levarão mais tarde ao Noir).

Os anos 30 marcam a chamada Era do Ouro das HQs, com temas como:

- Ficção científica: Flash Gordon;
- Policial: Dick Tracy;
- Aventuras na selva: Tarzan.




Nessa época, surgem outros heróis destacando-se Fantasma (The Phantom)e Mandrake, de Lee Falk e Ray Moore e Superman, de Siegel e Shuster (este surge em 33, publicado nas bancas em 38 pela DC Comics, considerado o mrco do início da Era do Ouro.




Eclode a Segunda Guerra, e com o objetivo de elevar a moral dos soldados e do povo, surgem diversos heróis como Iron Man.


Os heróis unem-se para lutar pelo país contra alemães e japoneses. A Guerra invade o imaginário social e a grande influência dos quadrinhos sobre a população faz com que o produto de comunicação de massa alimente a paranóia, unindo os fatos reais ao mundo ficcional dos quadrinhos.

Em 39 surge Namor (Prince Namor) e Tocha Humana (The Human Torch), pela Marvel Comics, personagens que representam a luta entre elementos opostos, ou fogo e água. Franklin Roosevelt, com a entrada dos EUA na Segunda Grande Guerra “convoca” os heróis como esforço bélico para lutar pelo país, devido ao grande interesse do público pelos quadrinhos revelando uma forte e persuasiva comunicação de massa.



Entre 40 e 45 houve a criação de 400 personagens, destacando-se Batman e Capitão Marvel.



O Capitão América (Captain America) surge tendo como arma apenas o escudo, representando a postura norte-americana de apenas defender-se da Guerra. O Caveira Vermelha é o inimigo do Capitão, um personagem treinado por Hitler pelos interesses do 3º Reich, reflexo que demonstra o imaginário norte-americano na época. (Notem a capa do HQ em que o Capitão América invade o refúgio de Hitler, assombrando a todos com a surpresa do ataque).


Por enquanto é isso. No próximo post, seguiremos da década de 50 até os dias de hoje.