Experimento Noir é um espaço de troca de experiências e experimentos que bebam da fonte do gênero noir.
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sábado, 24 de março de 2012

Cartazes Caught - 1949

Confesso que estou com dificuldade em conseguir uma boa cópia deste filme, para assistir na íntegra e fazer jus a um comentário consistente. Em breve espero conseguir e comentar a respeito, até lá, falemos de outras obras do noir.

Se alguém conhecer um caminho que eu possa acessar uma boa cópia deste filme, avise. ;D



The Jazz Singer

Às vezes divago observando os cartazes e fotos dos filmes em preto e branco, com todo o glamour e cuidado apurado que percebo em cada produção, por mais sem recursos a elas atribuída, como se o caso fosse uma característica da época, quer pelos costumes, o tipo de vestimenta ou mesmo a essência desses atores brilhantes que fizeram dessa fase do cinema algo digno de moldura e contemplação.


E eis que em uma das pesquisas me deparo com este simples mas expressivo cartaz, enfatizando o Jazz, que tanto inspira os filmes do gênero que aqui escrevemos, merecendo a lembrança e comentário sobre o primeiro filme sonoro (1927) com o ator e cantor Al Jonson, ilustrado brilhantemente em alto contraste no cartaz acima:

"O cantor e ator Al Jolson, nasceu no 26 de maio de 1886 e ganhou notoriedade ao se apresentar pintando o rosto com tinta preta. Foi o primeiro judeu a se tornar artista de sucesso nos Estados Unidos.

Al nasceu numa família judia russa, na Lituânia, recebendo o nome de Asa Yoelson. Quando criança cantava na sinagoga onde seu pai também era cantor. Já nos EUA, sua primeira aparição deu-se aos 13 anos, na peça Children of the Guetho, em Nova Iorque. Adotando o estilo menestrel, atuava em circos e bares, antes de chegar à Broadway. The Jazz Singer (1927) o primeiro filme sonoro da história do cinema, foi seu filme mais marcante, onde apresentou-se com a famosa blackface (cara preta)." (http://humbertoamorim.blogspot.com.br/2009_05_01_archive.html)

Aproveitem para deleitar-se com o vídeo com Al Johnson em The Jazz Singer:

domingo, 18 de março de 2012

Out of Fog - 1941

Out of Fog - 1941
85 min - Estados Unidos
Crime | Drama | Filme Noir
Diretor: Anatole Litvak
Estrelando: Ida Lupino, John Garfield, Thomas Mitchell


http://www.imdb.com/title/tt0033987/
Baseado em “The Gentle People” (1939) de Irwin Shaw, que esteve na Broadway como uma parábola anti-fascista, com o tema onde os mansos superavam os arrogantes e poderosos, chega ao cinema em uma releitura com diversas alterações em relação à peça teatral, mantendo porém a mensagem forte, muito bem conduzida pelo diretor Anatole Litvak.


Numa aldeia de pescadores no Brooklin, o gângster Harold Goff, um homem insolente e violento, tenta extorquir dinheiro dos pescadores Jonas Goodwin e Olaf Johnson em troca de sua proteção para que continuem a trabalhar em "paz". Aqueles que recusam-se a pagar, sofrem consequências, como um barco destruído ou uma surra pelo desacato. 
Goff em certo momento coage os pescadores, forçando-os a assinar um contrato de empréstimo que os prende ainda mais a esse homem. Esse contrato livra inclusive Goff dos tribunais, o que aumentará sua ira em relação a Jonas, desejando vingar-se por sua audácia em levá-lo à polícia, reforçando ao pobre pescador que os fortes sobrevivem e os fracos perecerão. Percebendo a ineficácia da polícia e preocupado com o visível interesse que Goff tem pela filha de Jonas - Stella - os pescadores começam a pensar em resolver o caso com as próprias mãos, ainda que o destino resolva o caso por si mesmo.
Stella é a moça entediada e cheia de sonhos, que deseja uma vida melhor, cheia de glamour e extravagância, situação perfeita para Goff seduzir a boa moça porém volúvel, que decide trair a confiança e ensinamentos do pai, em busca da vida nova e excitante descrita pelo esperto e ardiloso personagem. 

Descrevendo um pouco da atuação dos personagens, temos John Garfield (Goff) como o perverso mafioso que se propõe a destruir a vida de todos, a fim de ganhar a sua própria vida. Goff é um personagem vil, que nunca mostra sinais de arrependimento ou vulnerabilidade, agindo violentamente de acordo com o que acredita ser o melhor para garantir sua posição de poder sobre os demais. 
Thomas Mitchell e John Qualen estão brilhantes estrelando como os dois veteranos que finalmente percebem que precisam tomar uma posição contra o homem que os reprime.


Ida Lupino está ótima no papel em que divide-se entre a filha dedicada a seu amor ao pai e a mulher que deseja uma vida melhor.


O filme é um noir literalmente escuro, com cenas noturnas na maior parte do tempo em meio ao nevoeiro, dando a sensação de vazio e certa claustrofobia (Boa parte das cenas inclusive, ocorrem no cais escuro em meio ao denso nevoeiro, o que intensifica essa sensação por boa parte do filme). A fotografia é incrível, mesmo que obviamente em cenas criadas em estúdio. E por fim, e não menos importante, trata-se de um noir muito bem dirigido por Anatole Litvak, merecendo ser colocado em nossa lista de bons filmes do gênero que o apreciador do mesmo não deve perder.