Experimento Noir é um espaço de troca de experiências e experimentos que bebam da fonte do gênero noir.
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quinta-feira, 13 de outubro de 2011

No Man of Her Own (1950)

98 min  - EUA

Drama | Filme Noir
Diretor: Mitchell Leisen
Atores: Barbara Stanwyck, John Lund e Jane Cowl

http://www.imdb.com/title/tt0041694/

Uma mulher solteira e grávida, nos anos 50. Abandonada com indiferença, com a entrega de apenas 5 dólares e uma passagem de trem por debaixo da porta (nos dias de hoje, o fora seria pela internet e talvez a a confirmação de um mero depósito bancário, mas neste caso a tecnologia ainda não imperava no mundo dos corações partidos e a ação era imediata e in loco).

Helen Ferguson, grávida, sem dinheiro e abandonada por seu namorado Steve Morley, parte no trem onde conhece um simpático casal e momentaneamente parece que sua sorte finalmente mudou. Mas um acidente no caminho traz a morte do então casal Harkness, e ela decide  assumir a identidade de Patrice Harkness, e dirige-se para a casa dessa família. Os ricos sogros que não a conheciam recebem-na e aceitam-na com o filho recém-nascido, porém esta não contava com a reaparição do namorado que resolve chantageá-la e lucrar com a nova situação.

Apesar de melodramático, desde o drama da mulher abandonada com alguns poucos centavos, seu desespero após o acidente de trem e ainda algumas de suas ações desesperadas no final do filme fazem de No Man of Her Own muito rico em detalhes visuais, o que me parece ser o ponto forte do filme. As ações e a enfatização das expressões trazem ao expectador a informação mais que palavras, deixando claro a angústia e os passos da protagonista.













Cartazes No Man of Her Own, 1950

Barbara Stanwyck volta a atacar em No Man of Her Own. Belos cartazes, e gosto em particular dos 3 primeiros que parecem tomadas das cenas marcantes do filme, como um enfoque jornalístico dos acontecimentos.










Comentários sobre The Prowler - 1951


Este noir trata de uma relação extra-conjugal que culmina em diversos dissabores e descobertas inusitadas.

Noite escura onde só a lua vislumbra a chegada de uma viatura policial atendendo ao chamado da residência 1918. Assim inicia The Prowler, onde os policiais Webb e Bud checam um suposto perigo perigo na casa dos Gilvray, informado pela senhora Susan.

Durante a visita dos policiciais, Webb imediatamente fica interessado pela senhora que encontra-se sozinha em casa e passa a rondar a casa a fim de conhecê-la melhor.

Em uma visita, descobre serem da mesma cidade, que ela permanece sozinha em casa enquanto seu marido trabalha como locutor de rádio, e ainda, descobre um testamento em meio aos papéis do marido,  aproveitando a situação para cortejá-la até que esta entregue-se a ele.



Mesmo após mostrar-se indiferente e deixando Susan já completamente apaixonada por ele, Webb arquiteta um plano para tirar o marido de cena forjando um acidente e tomar para si a mulher e o dinheiro.





Entre a dúvida e a persuasão do hábil policial, Susan casa-se com ele e engravida, o que os faz retirarem-se para um local isolado onde não haja olhares acusadores. Mas os acontecimentos trarão a ela a visão real das ações de Webb, trazendo-lhe a confissão esperada. E nosso protagonista espertalhão terá um trágico final, marcando por fim a vida de todos os envolvidos.


No imdb (http://www.imdb.com/title/tt0043938/) há um interessante comentário do livro "Film Noir: An Encyclopedic Reference To The American Style", de Alan Silver (vou traduzir brevemente os comentários, e recomendo a visita para que leiam por completo):

"...como a maioria dos filmes americanos de Losey,The Prowler está preocupado com questões sociais complexas, que tornam marginais à série film noir". Eu não poderia concordar mais que o usode iluminação no filme noir dilui o que universo escuro representa, mas neste caso isso é um ponto discutível. The Prowler não examina as questões sociais, complexas ou não, e não é uma acusação da América em meados do séculoXX, tanto quanto é uma exposição da própria vida moderna com toda sua banalidade e aspiração maçante. Melhor ainda, não há explicações, causas, ou, felizmente, os remédios oferecidos para o sonho vazio americano. Existencialmente, não há escapatória para o anti-herói que é, ironicamente, um psicopata que jurou "proteger e servir" os próprios ideais que ele não compartilha. Donas de casa só em casamentos infelizes, não sonham com o estrelato e bolsas de estudo, a ambição sem alma para a realização medíocre escondida sob enganosas aparências e esperanças para um futuro...servem para apontar a inutilidade de mobilidade ascendente. Numa ironia amarga, Garwood tem o sonho americano, mas pervertido, uma vez atingido, esse sonho torna-se invertido e sua recompensa final (criação de uma família) comprova sua ruína. Que o nascimento ocorra em uma cidade fantasma do deserto ilustra perfeitamente um terreno baldio onde todos ou são insensíveis, inocentes ou estúpidos ... Em sua descrição de um mundo monótono e cinzento, Prowler é um puro Noir e Joseph Losey habilmente transmitiu a sensação muitas vezes generalizada de insatisfação e tédio com a vida burguesa, mas, por causa de sua política fora da tela, o filme foi injustamente asfaltado com o mesmo pincel que descarrilou a carreira do diretor em Hollywood."

Como dizem os comentários de Silver, vemos uma mulher com posses e um suposto casamento bem sucedido, mas o vazio e a solidão que na verdade impera a coloca nas mãos do esperto e persuasivo policial, colocando em risco seu futuro e segurança, na busca talvez de uma relação mais promissora.

O filme inicialmente parece caminhar na direção de Double Indemnity, mas vemos aqui que os fatos tomam outros rumos, não deixando porém a crítica a inversão de valores ressoando na mente dos expectadores.

Espero que tenham assistido e gostado da indicação. Comentários e discussões são bem-vindos.

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cartazes The Prowler - 1951






The Prowler - 1951

The Prowler - 1951

92 min  -  EUA

Diretor: Joseph Losey


Acabo de encontrar em Film Noir Foundation a menção deste Triller Noir de 51 (em espanhol, El Complice de las Sombras). Disponível no YouTube, segue o filme para nossa apreciação.

A bela Bad Girl do pacote de DVDs da Columbia Classics (citada em post anterior), Evelyn Keys, protagoniza  este triller noir.


E aí, vamos conhecer? No YouTube apresenta-se dividido em 7 partes. Comentarei em seguida minhas impressões.





Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=VQDKMKdEMWc&feature=related

domingo, 9 de outubro de 2011

Cartazes Shoot to Kill (1947)



Shoot to Kill (1947)

Shoot to Kill (1947)

64 min  -  USA
Diretor - William Berke


Sinopse: O gângster Dixie Logan é preso pelo desonesto promotor Lawrence Dale. Sua esposa consegue um emprego como assistente de Dale para poder encontrar a prova da desonestidade do promotor. Ela recebe a ajuda do repórter Mitchell, que se apaixona por ela.
O filme inicia com o desfecho final, com um carro na noite, caindo desgovernado por um barranco, onde Mac Donald e o gângster Nestor Paiva são encontrados mortos, sobrevivendo apenas Susan, que contará em flashback no hospital suas lembranças.
Há muito de sombra, um pouco de violência, mistério, um toque de romance, ao longo de reviravoltas de desvendam aos poucos o enredo, tornando os 64 minutos de filme a dose certa que retrata uma noite cheia de acontecimentos e revelações, garantindo ao expectador um bom entretenimento.

Gostei das cenas escuras, das caracterizações da época, da enfatização das expressões. Não vejo como um filme brilhante, mas vale o conhecimento e a diversão pelo breve tempo.

A recepção da crítica não foi das mais positivas, mas em alguns momentos concordam que permite uma boa diversão.

Fonte: http://www.youtube.com/watch?v=kXXH8uJ718o&feature=related
iMDB: http://www.imdb.com/title/tt0039820/

http://ocdviewer.com/2011/04/20/shoot-to-kill-march-15-1947-2/