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segunda-feira, 25 de abril de 2011

EUA: E assim surgiu a História em Quadrinhos... - Parte I

Venho escrevendo sobre cinema Noir, com foco especial para as produções do EUA - salvo alguns deslizes, percorrendo produções de alguns poucos países - mencionando em dado momento sobre a apropriação do gênero nos belos e interessantes quadrinhos Marvel Noir.

Provavelmente devido a tal menção é que a coordenadora do curso da pós - lembrando que este blog surgiu do tema da pós que, em breve, finalmente irei defender na banca dos réus que intencionam formar-se como pós-graduados e levar consigo o tão sonhado papel que atesta sua conclusão - questionou sobre as datas de origem dos filmes e se eram compatíveis com a época dos quadrinhos. Foi aí que não resisti e fui pesquisar a respeito, o que transcrevo bem resunidamente neste blog para informar ao leitor e satisfazer ao prazer de falar sobre outro tema que me apaixona e que mostra que caminhou em paralelo com os acontecimentos do cinema, sempre relacionados ao contexto histórico e social. Para reforçar tal afirmação, iniciaremos com o texto de Joatan Preis Dutra:

“As Histórias em Quadrinhos, como todas as formas de arte, fazem parte do contexto histórico e social que as cercam. Elas não surgem isoladas e isentas de influências. Na verdade, as ideologias e o momento político moldam, de maneira decisiva, até mesmo o mais descompromissado dos gibis.” Joatan Preis Dutra (quadrinista brasileiro).

Veremos a partir do comentário acima como as artes realmente caminham e influenciam-se pelos acontecimentos da sociedade, sendo uma comunicação de massa que inevitavelmente acaba por externalizar o momento vivido.

As Histórias em Quadrinhos ou Comics, surgiram nos Estados Unidos no início do século XX, sendo as primeiras com temáticas humorísticas, o que deu origem ao nome que perdura até hoje.

A primeira história de que se tem registros é The Yellow Kid (1896) de Richard F Outcalt, que foi ainda o criador do balão dos diálogos, utilizados até os dias de hoje.



Durante o Crash da Bolsa (1929), os Comics passam do humor para a aventura (Notem tratar-se do mesmo período onde o cinema circula entre os musicais positivistas em contraste com a sociedade em crise, surgindo a seguir o Filme B com temas policiais que levarão mais tarde ao Noir).

Os anos 30 marcam a chamada Era do Ouro das HQs, com temas como:

- Ficção científica: Flash Gordon;
- Policial: Dick Tracy;
- Aventuras na selva: Tarzan.




Nessa época, surgem outros heróis destacando-se Fantasma (The Phantom)e Mandrake, de Lee Falk e Ray Moore e Superman, de Siegel e Shuster (este surge em 33, publicado nas bancas em 38 pela DC Comics, considerado o mrco do início da Era do Ouro.




Eclode a Segunda Guerra, e com o objetivo de elevar a moral dos soldados e do povo, surgem diversos heróis como Iron Man.


Os heróis unem-se para lutar pelo país contra alemães e japoneses. A Guerra invade o imaginário social e a grande influência dos quadrinhos sobre a população faz com que o produto de comunicação de massa alimente a paranóia, unindo os fatos reais ao mundo ficcional dos quadrinhos.

Em 39 surge Namor (Prince Namor) e Tocha Humana (The Human Torch), pela Marvel Comics, personagens que representam a luta entre elementos opostos, ou fogo e água. Franklin Roosevelt, com a entrada dos EUA na Segunda Grande Guerra “convoca” os heróis como esforço bélico para lutar pelo país, devido ao grande interesse do público pelos quadrinhos revelando uma forte e persuasiva comunicação de massa.



Entre 40 e 45 houve a criação de 400 personagens, destacando-se Batman e Capitão Marvel.



O Capitão América (Captain America) surge tendo como arma apenas o escudo, representando a postura norte-americana de apenas defender-se da Guerra. O Caveira Vermelha é o inimigo do Capitão, um personagem treinado por Hitler pelos interesses do 3º Reich, reflexo que demonstra o imaginário norte-americano na época. (Notem a capa do HQ em que o Capitão América invade o refúgio de Hitler, assombrando a todos com a surpresa do ataque).


Por enquanto é isso. No próximo post, seguiremos da década de 50 até os dias de hoje.

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