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domingo, 24 de abril de 2011

The Postman Always Rings Twice (O Destino bate à sua porta - 1981)

The Postman Always Rings Twice
122 min - 1981
Crime | Drama | Thriller
Bob Rafelson

http://www.imdb.com/title/tt0082934/

Esta é a quarta versão do romance de James M. Cain, dirigida por Bob Rafelson, considerada pela crítica como uma infeliz produção do gênero, mas que para nós, vale como comparação não só entre as produções de 46 e 81 como ainda uma reflexão sobre as diferenças da apropriação do gênero na atualidade.

A temática não foge às regras, com Frank, protagonizado por Jack Nicholson, como um andarilho "à procura de algo", frase em voz off que inicia o filme. Este aceita o emprego como mecânico em uma lanchonete de estrada que pertence a Nick, desta vez um grego que levará o filme a cenas com as tradições do país em meio ao desenrolar da atração e affair entre o personagem de Nicholson e a esposa do grego, Cora, personagem de Jessica Lane.




Algumas comparações entre os dois filmes é o forte apelo sexual, chegando às cenas brutas entre os amantes, revelando o contato corporal, ao contrário da produção anterior que apenas sugere a relação entre os personagens. Vemos ainda Nicholson como mecânico, vestido no macacão característico e as manchas de graxa que torna sua imagem mais fiel ao empregado sujo e meio vagabundo que o Frank de 46, sempre engomadinho em seus trajes limpos e bem cortados, e o cabelo impecável cheio de gel (brilhantina, como era conhecido).




A personagem Cora parece não mais tratar-se da femme fatale protagonizada por Turner, revelando as muitas tentativas de esquivar-se da forte atração que sente pelo funcionário, o que não a impede de entregar-se nem mesmo de planejar o assassinato a fim de ficar com o amante.


Ao contrário da trama chamar mais a atenção pela beleza de Laura Turner e o desenrolar dos fatos, em 81 a intensidade do sexo que levará ao desfecho fatal é o ponto de maior intensidade na produção, demonstrando a mudança de foco, numa releitura e apropriação que revela a tendência mais explícita, natural das produções da atualidade.


Vale ainda mencionar na produção de 81, a fotografia predominantemente escura, ainda que colorida, mantendo o clima tenso e paranóico que aproxima-se do gênero noir.






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