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sábado, 9 de julho de 2011

Shutter Island (Ilha do Medo) - 2010

Shutter Island (Ilha do Medo)
138 min - 2010
USA
Drama | Mystery | Thriller
Martin Scorsese

http://www.imdb.com/title/tt1130884/


Este triller de Scorcese, que logo nos faz pensar quanto a um novo experimento do diretor, pois diferencia-se de projetos anteriores, envolve mistério e uma dose de "terror" psicológico, apresentando uma história de suspense com um final inesperado.



Da neblina surge a balsa que traz o detetive Teddy Daniels (Leonardo DiCaprio) e seu parceiro à Ilha do Medo. Estamos em 1954 (o auge da Guerra Fria) e Teddy é enviado à um hospital psiquiátrico em uma ilha para investigar o misterioso desaparecimento de uma paciente do quarto 69 (vale lembrar, o hospital encontra-se em uma ilha isolada, onde somente o Hospital possui estrutura em meio a uma região cercada pelo mar e rochas, e onde diabos essa paciente poderia ter se metido?).



Ao longo das investigações percebemos que há algo mais que um simples desaparecimento, como
a recusa do hospital em permitir o acesso a registros quando das primeiras pistas que Teddy tenciona seguir para desvendar o caso. Teddy começa a temer um complô no hospital, questionando os tratamentos dos pacientes e até se o isolamento do lugar não o condiciona a uma espécie de prisão de onde não se pode escapar.




Mas o mistério não para por aí. Teddy é um homem assombrado pela morte da esposa Dolores, e no desenrolar paranoico dos fatos ele tem flashs de lembranças que o atormentam, intensificando ainda mais o suspense, levando-o em certos momentos a quase identificar-se com a condição de enlouquecimento, tal como os pacientes do local.



Os detetives encontram-se envolvidos numa atmosfera misteriosa sugerindo que nada é o que parece… Um furacão aproxima-se da ilha, e à medida que a tempestade aumenta a intensidade, as suspeitas e os mistérios multiplicam-se, cada um mais terrível e tenebroso que o anterior. Há indicações e rumores de conspirações sombrias, experiências médicas questionáveis, alas secretas, controle mental e inclusive de algo sobrenatural. Movendo-se nas sombras do hospital, assombrado pelo clima instável e suspeito, Teddy começa a perceber que a investigação pode levá-lo ao confronto com profundos e devastadores medos que carrega, além da suspeita de que poderá não sair vivo daquela ilha.

O filme apresenta uma sucessão de novos personagens surgindo com novos fatos, sequências de diálogos que remetem aos dos filmes B, confundido o espectador e o emaranhando na trama, intensificando a tensão até o desfecho final, doses da técnica e experiência acumulada do famoso diretor.

Em relação ao Noir, podemos identificar o detetive com a já conhecida vestimenta do chapéu e longo casaco, o mistério obscurecido em meio a neblina a ser desvendado e cenas de suspense na quase escuridão que vai intensificando a paranoia, ponto que nos faz lembrar a terceira fase do estilo Noir, tal qual Paul Schrader classifica o gênero (leia post a respeito, intitulado "As três fases do Noir, segundo Paul Shrader").

Confesso que não morri de amores pelo filme, mas não deixa de oferecer um bom suspense, um jogo de câmera e acontecimentos que atordoam e nos faz querer acompanhar até o fim para descobrir o que está por trás de todo mistério que compõe a trama.







2 comentários:

  1. Sandra, eu amei esse filme! Achei sensacional...

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  2. Que bom que gostou, Luciana. Creio que tem uma boa dose de suspense que cativa o espectador. Muito obrigada pelo comentário e visita! ;D

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