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domingo, 17 de abril de 2011

You Only Live Once (Só se vive uma vez - 1937)


You Only Live Once (1937)
86 min - USA
Crime | Drama | Film-Noir
Fritz Lang

http://www.imdb.com/title/tt0029808/

Logo após escrever sobre Sombras do Mal, em que o foco temático está nos seres que sobrevivem a custa de trapaças, pois ao que parece, é o que lhes resta como saída ou já acostumaram-se a situação, acabo de assistir a mais um trabalho de Fritz Lang que mostra um tema semelhante, desta vez a respeito de um ex-presidiário que mesmo tentando mudar suas condições de vida, as portas parecem sempre fechar-se ao ponto de não haver saída para sua regeneração.

Taylor (Henry Fonda) é um ex-presidiário que já passou 3 vezes pela prisão e um retorno representa o caminho para a cadeira elétrica.

Ao cumprir seu tempo de clausura, sai acompanhado da apaixonada Jo, uma secretária de um advogado de defesa que a ajuda a libertar o namorado. Jo é a única que acredita na inocência de Taylor e que a vida sempre pregou-lhe peças que o impedem de ter uma vida decente.


Ocorre porém que mesmo saindo da prisão com emprego e tornando-se um homem casado e com novos compromissos, os fatos voltam-se contra ele quando de um assalto a banco que a culpa lhe é atribuída, levando-o de volta à prisão, à beira de ser morto, mesmo alegando ser inocente.





Ao conseguir fugir com a ajuda de Jo, estes veem-se fugindo constantemente, vivendo na penúria e sendo procurados por toda parte. O final é trágico, porém é como se fosse a única redenção e possibilidade de liberdade para Taylor.


Fritz Lang dirigiu um filme que questiona a falta de condições para muitos que vivem à margem da sociedade e como o preconceito e a não disposição no auxílio de oferecer uma segunda chance impede qualquer esperança, mesmo que haja boas intenções.



A fotografia é impressionante em muitas passagens, como a abertura na prisão, com uma filmagem em câmera baixa avoluma os grandes muros que "cercam" os prisioneiros muito abaixo destes. Lembrou cenas de Metropolis com toda a força do complexo de grandes paredes, acuando o humano.
A imagem mais acima de Taylor na cela onde as luzes atravessam as grades projetamdo-se no chão, domina toda a cena. Lembra-me a cena em Sin City de Hartigan na solitária e ainda enfatiza o alto contraste presente na técnica corrente do Noir.


You Only Live Once é um filme com final fatal mas a fatalidade como esperança ou meio de algo que não há por onde escapar.

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