A fotografia de Laura é para mim impressionante. Não me canso de ver as ambientações e os enfoques dos personagens que Otto Preminger brilhantemente trabalha em cada cena.
Encontramos diversos elementos do noir em cada tomada, do claro-escuro bem contrastado, as vestimentas da época, neste caso cheio de glamour e cuidado aos detalhes, as sombras que contribuem para o mistério ainda não desvendado, a luz que foca o personagem destacando-o na cena ou impasse de uma suposta confissão, a fumaça e as silhuetas que compõem o cenário.
Esse deleite faz-me lembrar algumas reflexões sobre o Noir, como segue:
"...amamos o estilo noir, ao mesmo tempo romântico e pessimista, que nos faz simpatizar, talvez até mesmo nos identificar com o anti-herói condenado, a ansiedade e sentimento de alienação que nos são desconfortavelmente familiares...Alan Woolfolk sustenta que o anti-herói noir vivem em um mundo desencantado, que "não é tão benigna", e que ele não pode escapar totalmente, nem abraçar plenamente."
"[O que era surpreendente ...] nestes primeiros filmes noirs foi o grau em que eles foram contra a corrente de que o otimismo de raça nativa parecia definir o caráter americano. Se tomarmos uma extensa histórica neste caráter americano, podemos detectar um lado escuro implícito nele, desde os primórdios, que antecedeu aqueles atributos da alardeada auto-suficiência e a empresa individual associada a "engenhosidade ianque"...
(Robert Porfirio, "The Philosophy of Film Noir")
Apreciem algumas imagens reunidas abaixo da obra de Preminger:
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