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domingo, 17 de julho de 2011

Chinatown - 1974

Chinatown (1974)
130 min - USA
Crime | Drama | Mystery
Roman Polanski

http://www.imdb.com/title/tt0071315/


Roman Polanksi construiu uma obra-prima do cinema noir, mesmo que rodado em cores, ao contrário do preto e branco em alto contraste que caracteriza em geral a fotografia do gênero. Na Los Angeles de 1937, Jack Nicholson é o detetive JJ Gittes, contratado por uma mulher (DianeLadd) que finge ser a mulher que pretende espionar o marido e descobrir seu suposto adultério.

Na verdade, trata-se de uma espécie de engenheiro responsável pelo sistema de abastecimento de águas que em seguida é encontrado morto (um homem por sinal acima de suspeitas de casos extra-conjugais, o que será concluído no decorrer das investigações), e na investigação de adultério que se dilui ao surgir a verdadeira esposa Evelyn (Faye Dunaway), Gittes percebe que foi enganado, vendo-se mergulhado em meio a mentiras, assassinato, segredos familiares e corrupção que o farão desse ponto em diante viver situações constantes de mistério e perigo até desvendar a trama, tudo revelado em uma noite na cidade que intitula o filme.


Seu envolvimento leva-o a ser atacado por gângsters e, após manter um romance com Evelyn, descobre que ela é filha de Noah Cross (o grande John Huston), um dos homens mais poderosos da cidade, que será um suspeito de interesses pelas terras onde encontra-se o reservatório, além de ser responsável por um mistério familiar que será revelado ao final da trama.




Chinatown é considerado um neo-noir policial psicológico, famoso por suas performances estilizadas, direção artística e técnica narrativa, revivendo a época do drama criminal na Los Angeles antes da Segunda Guerra e ainda durante a chamada Guerra da Água da Califórnia, entre Los Angeles e o Vale do Rio Owens (daí a abordagem relativa aos interesses escusos que circundam o assassinato de um especialista em sistemas de abastecimento de águas e os ataques de gângsters e demais personagens corruptos que querem dominar a posse do poderoso produto em uma época com sérios problemas de distribuição de água).

A velocidade com que os fatos se desdobram diante do espectador é estonteante, prendendo a atenção para o que está por vir. Chinatown é um baile de máscaras, onde as coisas nunca são o que aparentam ser.


Vários elementos do Noir Clássico apresentam-se neste filme, com personagens ambíguos como o anti-herói na figura do detetive que revela claramente a conduta duvidosa (este por sinal, um detetive bem-sucedido que deixa a polícia para dedicar-se a casos em geral de adultério), sendo tratado de forma agressiva pelos chamados homens da lei, estes refletindo a hipocrisia social devido a corrupção que mostra-se entre profissionais da classe. E como não poderia faltar, a femme fatale, na pele da mulher que inicialmente engana Gitts ou a personagem dissimulada que o seduz e tenta não revelar-lhe seu segredo quase até o último momento. E o duro final trágico, onde os poderosos mais uma vez ganham e nada se pode fazer para mudar o curso dos fatos.



Vencedor do Oscar® da Academia e do prêmio BAFTA de Melhor Roteiro Original, este filme teve 11 indicações pela Academia®, em todas as categorias importantes (incluindo Melhor Filme, Ator e Diretor). Chinatown é um marco na tradição do clássico film noir, garantindo seu lugar fundamental na coleção de todo aficionado do gênero.

Combinação engenhosa de mistério, suspense e romance, Roman Polanski conseguiu como resultado um puro e duro noir, com belas atuações que vão agradar os fãs do estilo.






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