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quarta-feira, 1 de junho de 2011

Uma viagem sobre a noite e as sombras

Truffault diz que "o noir excita o imaginário". E não seria esta a base de boa parte das tramas Noir, em suas noites cheias de névoas e vultos que não distinguimos por completo, expondo os personagens a toda sorte, à mercê da insegurança sobre o desfecho de tal situação?

Em uma conversa e análise de todo o estudo sobre o Noir, Tina, coordenadora do curso da pós descreveu que "A sombra é a metáfora mais clara da dupla visão sombreada do real, que escapa às teses iluministas e cartesianas do mundo".

Ou seja, o Iluminismo pretendia trazer à luz toda a verdade, disponível a qualquer indivíduo, verdade sempre controlada pelo Clero e mantida enclausurada até então, distante do homem que via-se controlado pelo medo.

Mas o homem é esse ser obscuro que nem mesmo se conhece por completo, tamanha mutação que vive a cada fase da vida e ainda de acordo com certas influências externas. Há uma sombra no auto conhecimento, e ainda, a sombra que encobre desejos e possibilidades de atos muitas vezes impensáveis.

O Iluminismo trouze a luz ao homem, mas desconhecia ou deslechou-se em perceber que essa verdade não seria o bastante ou toda a verdade, uma vez que o homem é dual e complexo, tal como a análise de Nietszche sobre o bem e o mal, onde diz que não é possível analisar o ser por uma ou outra postura, tamanha sua complexidade e reações de acordo com o ambiente, seu histórico e a natureza do ser.

Referências:

GILLAIN, Anne. O cinema segundo François Truffaut, Ed Nova Fronteira.

NIETZSCHE, Friedrich Wilhelm. Além do Bem e do Mal, Companhia de Bolso, 2005.

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