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domingo, 8 de maio de 2011

O neorealismo italiano, a visão da realidade.

Outra influência do Noir que enfatiza a temática realista, repudiando o cinema espetáculo, é o neorealimo itaiano, movimento que reagiu ao fascismo e à participação italiana na Segunda Guerra Mundial, retratando a classe trabalhadora urbana de então, assombrada pelo desemprego. Com duração em torno de 10 anos (1943 a 1953), seu período mais significativo ocorreu de 45 a 48.

Marcada pela ditadura de Benito Mussolini nas décadas anteriores, a Itália do pós-guerra era um país devastado, com uma economia em grandes dificuldades e que sentia a difícil transição da agricultura para a indústria. Esta realidade não se via no cinema italiano, com temas fantasiosos e irreais, além de produções vindas de Hollywood. Neste contexto, os neo-realistas reclamavam que o cinema devia “enxergar” e analisar a realidade, mostrando a vida italiana sem embelezamento. A filosofia do neo-realismo, cujas fundações foram estabelecidas pelo poeta e argumentista Cesare Zavattini, tinha uma preocupação humanista, onde se enfatizava a vida real e o espírito coletivo.

A renovação ocorre na temática, na linguagem e na relação com o público. Com poucos recursos, linguagem mais simples, temáticas contestadoras, atores não-profissionais e tomadas ao ar livre os filmes retratam o dia-a-dia de proletários, camponeses e pequena burguesia, imersos em um ambiente injusto e fatalista, sempre encontrando a frustração na eterna busca por melhores condições de vida, características ue se originam do realismo poético francês.

O cinema neorrealista italiano caracterizou-se pelo uso de elementos da realidade, aproximando-se do filme documentário. Ao contrário do cinema tradicional de ficção, o neo-realismo buscou representar a realidade social e econômica de uma época.




"Obsessão" (Ossessione - 1943), de Luchino Visconti, é considerada a obra inaugural do neo-realismo. A trilogia de Roberto Rosselini, Roma, "Cidade Aberta" (Roma, città aperta / Rome, Open City - 1945), "Paisà" (Paisà - 1946) e "Alemanha, Ano Zero" (Germania Anno Zero / Germany Year Zero - 1947), ao lado de "Ladrões de Bicicleta" (Ladri di Biciclette / The Bicycle Thief - 1948) e "Umberto D" (Umberto D - 1952), de Vittorio De Sica, constituem os grandes marcos do movimento. Destacam-se também "A Romana" (La Romana / Woman of Rome - 1954), de Luigi Zampa, "O Capote" (Il Cappotto / The Overcoat - 1952), de Alberto Lattuada, "O Ferroviário" (Il Ferroviere / Man of Iron / The Railroad Man - 1956), de Pietro Germi, e "A Terra Treme" (La Terra trema / The Earth Trembles - 1948), de Visconti.




Vittorio De Sica e o roteirista Cesare Zavattini realizam as maiores obras do neo-realismo: "Milagre em Milão" (Miracolo a Milano / Miracle in Milan - 1950) e "O Teto" (Il Tetto / The Roof / Le Toit - 1956). Recebe três Oscars de filme estrangeiro por "Ontem, Hoje e Amanhã" (Ieri, Oggi e Domani / Yesterday, Today and Tomorrow - 1963), "Casamento à Italiana" (Matrimonio all'Italiana / Marriage Italian-Style - 1964) e "O Jardim dos Finzi Contini" (Il Giardino dei Finzi-Contini / The Garden of the Finzi-Continis - 1971).





Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Neorrealismo_italiano
História do Cinema: http://www.webcine.com.br/historia2.htm
Neo-Realismo Cinematografico Italiano, O - EDUSP

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