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quinta-feira, 3 de novembro de 2011

The Woman in the Window - 1944

The Woman in the Window - 1944
(Um retrato de mulher)
107 min - EUA
Crime | Filme Noir | Mistério
Diretor: Fritz Lang
Atores: Edward C Robinson, Joan Bennett, Raymond Massey


http://www.imdb.com/title/tt0037469/


Baseado na obra de J. H. Wallis, Fritz Lang conta a história de umm pacato professor de psicologia e senhor respeitado com uma bela família de mulher e 2 filhos, Richard Wanley despede-se dos mesmos logo no início do filme enquanto os vê saindo de férias, ficando este sozinho em sua bela e aconchegante residência.




Passando pela vitrine de uma galeria de artes, fica maravilhado com a pintura de uma bela mulher, e logo na mesma noite que resolve dar uma volta pelas ruas, apreciando novamente o quadro vê projetada a imagem da musa que serviu de modelo para o mesmo, como se fosse uma aparição. Após uma conversa para se conhecerem, decidem ir a um bar e tomar alguns drinques juntos.





No retorno, ela o convida até sua casa, tão bem apanhada quanto a do professor, onde este aprecia algumas obras dispostas pela sala. Eles bebem juntos por mais um tempo, apreciando as obras que lhes parece do gosto de ambos, até que, em meio a forte chuva que cai pela noite, surge um homem, suposto ex-amante de Alice,  que quer explicações e lança a violência para ambos os presentes, resultando em um assassinato desferido por Wanley com uma tesoura. Está traçada a trama e o drama que ambos viverão daí em diante.










Wanley decide por esconder o corpo na calada da noite e salvar ambos da culpa, sem saber da importância que este homem tem - o que verá a partir dos pertences reunidos por Alice sem inicialmente dar-se conta. É o tipo do "criminoso" ingênuo que machuca-se enquanto joga o corpo em um caminho deserto e nem consegue livrar-se do chapéu que fica em seu carro.




A culpa e ansiedade se intensifica quando a rádio comenta o mistério em torno do desaparecimento do homem em questão, até que escoteiros encontram o corpo no local em que foi abandonado.




Ambos desconhecem ainda que o homem morto tem um guarda-costas criminoso que irá aproveitar-se da situação, chantageando-os a fim de que não os entregue à polícia. Aliás, este parece um verdadeiro detetive, ao vasculhar e reunir provas pelo apartamento de Alice, enquanto a deixa ciente de que sabe sobre o assassinato e sabe como incriminá-los. A chantagem intensifica-se a cada nova investida, e a mulher já não sabe que armas dispor ou que atitude tomar.



Percebe-se como traços do noir o clima sombrio que se instala com o crime cometido, bem como a ambiguidade moral que se revela em todos os personagens, desde o respeitável professor que imediatamente ao estar sem a família permite-se estar com uma desconhecida mesmo sem revelar qualquer traço de promiscuidade explícita e parece dispor-se a atos vis enquanto tenta livrar-se da culpa; Alice que seduz o desconhecido a sua casa e parece não chocar-se com a violência ou morte do ex-amante em seu próprio apartamento, e ainda o chantagista que usará todos os recursos para conseguir o prêmio desejado, evidentemente incessante até onde puder tirar dos culpados.


Fritz Lang como sempre faz crescer a ansiedade em cada novo fato adicionado às discussões nos encontros do professor com seus amigos, onde este mantém-se a par de tudo como se desconhecesse o fato. Os diálogos parecem atormentar cada vez mais o envolvido, em especial quando falam sobre o envolvimento de uma mulher, suposta amante do morto. A expressão de Wanley toma cada vez mais uma expressão desesperada, como algo em que se meteu e parece não encontrar forma de distanciar-se.


A famosa frase do professor Richard Wanley a Alice quando esta conta-lhe sobre a chantagem e o que devem fazer a respeito, é lembrada com frequência quando citado o filme, onde este menciona as três formas de lidar com um chantagista: "Você pode pagar, pagar e pagar até ficar sem nada. Ou então chamar a polícia e deixar seu segredo ficar conhecido pelo mundo todo. Ou então você pode matá-lo."



Ao contrário do padrão noir em não apresentar escapatória ou esperança aos envolvidos em tramas dessa natureza, há uma espécie de distorção dos fatos que levarão as autoridades a entender a culpa ao chantagista, numa reviravolta não claramente explicada mas que parece resolver toda a situação.


Em dado momento, Wanley parece ter passado por um devaneio, uma grande alucinação, tornando o filme ainda mais intrigante.

No YouTube você poderá assistir ao filme dividido em 14 partes. Trata-se de um elenco primoroso, uma trama intensa e bem trabalhada, digna de ser considerada um clássico noir.
Eu diria que este é um dos imperdíveis do gênero, e que Lang mais uma vez apresenta sua 
genialidade nesta grande produção.


3 comentários:

  1. Todos os quatro filmes que Joan Bennett fez com Fritz Lang são perfeitos. Uma dupla que deu certo. Lang deu uma nova faceta à atriz que só fazia papel de boas moças.

    O Falcão Maltês

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  2. Olá, Sandrix!
    Eu vi este filme há algum tempo. É o tipo de produção noir que prende do início ao fim. Incrível. E Edward G Robinson, nossa! Que ator! Como ele mudou neste filme, totalmente diferente de tudo que já tinha visto dele.
    Vi no seu perfil que vc fez Pós em Cinema. Eu quero fazer também. Estou correndo atrás de algumas informações para fazer uma remunerada, já que não tenho como custear todo o padrão(livros, filmes, etc...) de um estudo cinematográfico mais completo.
    Um abraço
    Dani

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  3. Sem dúvida, este filme está entre os meu favoritos do gênero. Fritz Lang dispensa qualquer comentário, pois não me lembro de alguma produção assinada por ele que não prenda a atenção e entretenha no todo.

    E Daniele, na verdade não fiz cinema na pós. Sou designer e fiz pós em design e humanidades, onde minha defesa foi sobre o gênero noir, analisando o aspecto estético como também o social e psicológico, englobando a proposta do curso.

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