Viena - Áustria, 05 de Dezembro de 1890 / Los Angeles, 02 de Agosto de 1976
Hoje é dia de lembrarmos do grande cineasta, realizador, argumentista e produtor Fritz Lang, ou Friedrich Anton Christian Lang.
Considerado um dos maiores nomes da escola expressionista alemã, iniciou seus primeiros escritos - em especial terror e suspense - em plena Primeira Guerra Mundial, ao ser gravemente ferido, perdendo um olho, onde aproveitou sua estada em recuperação no hospital para desenvolver textos que mais tarde o levariam ao convite de fazer filmes.
Com o fim da guerra, mudou-se para Berlim para trabalhar com o produtor Erich Pommer. Em 1919, foi lançado o filme "O Gabinete do Dr. Caligari", de Robert Wiene, cujo roteiro foi parcialmente escrito por Lang.Nos anos de 1919 e 1920, Lang lançou uma série de filmes que o tornaram conhecido, e esta é a época em que dá início ao expressionismo alemão, com uma estética que dá vazão às reações subjetivas, criadas por objetos e cenários de grande intensidade visual, explorando as distorções e o uso do preto-e-branco.
Entre os títulos mais conhecidos da fase expressionista, encontramos:
Convidado por Hitler para fazer filmes para o Partido Nazista, fruto da admiração que lhe provocou Metrópolis, Lang nega-se e foge para Paris produzindo filmes antinazistas; em 1934, emigra para os Estados Unidos, mas inicialmente a crítica entende que este encontra-se subjugado ao sistema do cinema norte americano, produzindo filmes por demais comerciais, reconhecendo a qualidade de seu trabalho somente nos anos 50. Nesta fase é que outros títulos passam a receber importância no cenário cinematográfico:
- Fury (1936) - onde transpunha o ambiente de M para os Estados Unidos;
- You Only Live Once (1937) - que confere ao filme negro a dimensão das grandes tragédias e onde toma o partido dos culpados, vítimas dos erros da sociedade;
- Man Hunt (1941), Hangmen Also Die (1943) e Ministry of Fear (1944) - constituem libelos anti-nazistas, onde o prazer de aniquilar se sobrepõe à instância sócio-política;
- Scarlet Street e The Woman in the Window (ambos de 1945) - são, para o próprio Lang, os seus melhores filmes americanos.
- Rancho Notorious (1952) e Moonfleet (1955) - retomam o exotismo aventuroso nos limites da paixão do poder.
- The Big Heat (1953), While the City Sleeps e Beyond a Reasonable Doubt (ambos de 1956) - são as suas máximas reflexões sobre o destino.
Particularmente, me delicio com o trabalho deste diretor. A profundidade dos temas, as cenas bem estruturadas e carregadas de significado, a direção meticulosa na fotografia, quer enfatizando as expressões ou mesmo depositando o clima carregado pelos enfoques expressionistas presentes em seus filmes, demonstra o cuidado em expressar o lado sombrio da humanidade de forma brilhante. É por isso que parabenizamos neste dia este brilhante e respeitável diretor.
Abaixo, um vídeo com entrevista de 1975 com este grande diretor e um dos maiores criadores da história do cinema.
Viva o mestre Lang!
ResponderExcluirO Falcão Maltês
Muito Legal o teu blog! É incrível como o "Noir" nos "pega". Também tenho um blog (bem simples) onde entre outras coisas, posto cinema.
ResponderExcluirEis o endereço;
http://acavernadobruxo.blogspot.com/