95 min - USA
Crime - Filme Noir - Drama
Diretor: Otto Preminger
Estrelando: Dana Andrews, Gene Tierney, Gary Merril
http://www.imdb.com/title/tt0043132/
Bela abertura durante os créditos, em meio ao negro da noite, os letreiros luminosos e a noite agitada na grande cidade.
Aparentemente um filme como muitos que envolve um assassinato e a polícia em busca da verdade quanto ao ocorrido. Mas a essência desta trama psicológica está ligada à figura do detetive Mark Dixon, que por seu comportamento explosivo, por vezes discutido no departamento de polícia, tornando as coisas difíceis ao ponto de seu quase rebaixamento, ainda o coloca em uma situação complicada ao acidentalmente assassinar o jogador e alcoolizado Ken Paine, durante sua visita em busca de provas, e decidir não assumir as consequências, ocultando o ocorrido.
Mesmo arquitetando um plano aparentemente perfeito, ocultando o corpo e plantando provas para isentar-se da culpa, Dixon não terá paz devido à busca perspicaz do Detective- Tenente Thomas (Karl Malden).
O espectador terá a sua frente uma teia muito bem arquitetada envolvendo a moral turva de Dixon, abusando de sua autoridade e escondendo seus atos por meio de sua posição na polícia, o emaranhado de situações que envolvem diversos personagens por seus atos, envoltos na fotografia escura e sombria, os cenários na Grande Nova York que enchem os olhos. Mas a trama psicológica vai mais além...
Dixon é um policial em conflito com a herança de um pai criminoso que o leva ao desejo de ser alguém diferente desse padrão, além de encontrar-se apaixonado pela bela Morgan (Gene Tierney), antes envolvida com o morto, o que poderá incriminar seu pai e fazê-la sofrer.
A figura de Dixon levará o espectador a questionar continuamente se há remorso pelo assassinato ou decepção em perceber-se nas mesmas condições do pai que sempre odiou, o que o levará a um auto-sacrifício ao final.
Recomendo não perder a oportunidade de assistir a esse clássico, outra grande maravilha dirigida por Preminger, apesar da crítica tê-lo recebido desfavoravelmente em comparação a sua produção anterior Laura. Já os escritores de cinema o chamam de um noir grittier, que tem êxito em mostrar um lado mais sombrio da polícia semelhante aos filmes noir que o seguem.
Fornecendo maiores detalhes, o roteiro foi escrito por Ben Hecht - baseado no romance Night Cry de William L. Stuart - e a incrível fotografia é assinada por Joseph LaShelle.
Interessante ainda a escolha da música no início do filme (assista ao vídeo acima), a tipografia manuscrita que "passeia" pelas calçadas novaiorquinas, fazendo um paralelo divertido com o título do filme.
Análise Noir
Em uma análise sobre o noir, Boris Trbic - roteirista e professor de mídia - comenta que este filme reflete uma fase epecífica do desenvolvimento do estilo noir, onde, enquanto as grandes produções dos anos 50 afastaram abordar o drama e problemas sociais, evitando conflitos com a crítica conservadora da época, o tema é tratado em thrillers de baixo orçamento como esta produção. (Fonte: http://en.wikipedia.org/wiki/Where_the_Sidewalk_Ends)