Fausto
Faust - 1926
F. W. Murnau
Alemanha
116 min
http://www.imdb.com/title/tt0016847/
O Expressionismo alemão é uma das grandes influências do filme noir, tendo como traços mais marcantes a interpretação exagerada, o clima de loucura e pesadelo, maquiagem carregada, cenários com perspectivas retorcidas, iluminação claro-escuro e fortes sombras.
A pesquisadora do cinema alemão Lotte H. Eisner destaca em Fausto o claro escuro e o clima mágico produzido, com efeitos especiais e a contenção na movimentação de câmera. Explica que “A sombra é a pátria da alma alemã”e aparece como elemento fundamental na cinematografia da Alemanha do pós-Primeira Guerra. Para os expressionistas, a sombra é a metáfora do inconsciente, da repressão, da clandestinidade e das trevas. Murnau utiliza esses recursos com maestria no mito de Fausto.
Fausto deseja o conhecimento além de sua época com a finalidade inicial de salvar seu povo. Cansado de não obter êxito mesmo com todos os esforços, assina com o próprio sangue um contrato com Mefistófeles (o demônio), pela promessa de que o servirá fazendo sua vontade por vinte e quatro anos mantendo-o sempre jovem, em troca de sua alma que ao final do prazo será levada ao inferno. Ao contrário de seus primeiros objetivos, entrega-se aos prazeres mundanos satisfazendo a seus desejos, sendo por vezes ludibriado pelo demônio que o afasta de qualquer intenção de bondade. Ocorre porém que, tendo encontrado o amor em Margarida, é salvo do destino ao qual se comprometera e o bem triunfa.
Mefistófeles (Emil Jannings), conduz o horror pelo poder que possui sobre os demais personagens, manipulando-os de acordo com sua vontade - ao contrário do que acredita Fausto - e as sombras intensificam o aprisionamento dos personagens nas trevas.
A fotografia é deslumbrante e a maneira em que o filme usa a imagem para transmitir as emoções de seus protagonistas surpreende o espectador.
Fausto é um filme notável, retratando a eterna luta entre o bem e o mal.
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